O governo federal gastou aproximadamente R$ 3,5 bilhões em viagens de servidores públicos com dados mantidos em sigilo entre 2014 e abril de 2025, segundo levantamento da Folha de S.Paulo. O valor inclui passagens aéreas e diárias para hospedagem, alimentação e deslocamento, sem a necessidade de comprovação fiscal. Um em cada oito deslocamentos no período teve informações como nome, cargo, destino e motivo da viagem ocultados, limitando a transparência sobre os gastos.
Do total investido, R$ 2,8 bilhões foram destinados a diárias para funcionários não identificados, representando 20% das despesas totais com hospedagens no período. Já as passagens aéreas somaram R$ 712 milhões, equivalente a 10% do orçamento federal para esse fim. Os percentuais de viagens sob sigilo variaram entre governos, com destaque para a gestão anterior, que registrou 16% dos deslocamentos com informações restritas.
Órgãos como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal lideram o ranking de viagens sigilosas, justificando a medida pela natureza sensível de suas operações. A Controladoria Geral da União e o Ministério da Gestão afirmaram que a classificação do sigilo é responsabilidade dos órgãos emissores das passagens. A Presidência da República ressaltou que informações que possam comprometer a segurança do chefe do governo são protegidas, incluindo comitivas de apoio técnico.