Apesar das recentes sanções impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a marcas de azeite fraudulentas, o problema de adulteração continua frequente em muitos estabelecimentos do Brasil. Segundo especialistas consultados, estes produtos, embora rotulados como ‘extra-virgem’, muitas vezes são substituídos por óleos de qualidade inferior, afetando não apenas o sabor, mas também os benefícios à saúde prometidos pelo verdadeiro azeite extra-virgem. A azeitóloga Ana Beloto ressalta que a qualidade do azeite não se limita ao rótulo, mas também às condições de armazenamento e à data de envase, que deve ser inferior a um ano para garantir suas propriedades nutricionais.
A Anvisa tem intensificado sua fiscalização e proibido a venda de marcas que não cumprem os padrões estabelecidos, visando proteger os consumidores de produtos potencialmente prejudiciais. No entanto, a eficácia dessas medidas é questionada devido à persistência das fraudes. A adulteração de azeite é um problema antigo, relacionado não apenas às práticas fraudulentas dos fornecedores, mas também à falta de conhecimento dos consumidores sobre como identificar um produto genuíno. Isso resulta em riscos à saúde, como a exposição a toxinas e a redução dos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios que os verdadeiros azeites extra-virgem oferecem.
Diante deste cenário, é crucial que haja uma campanha educativa mais robusta para informar o público sobre como identificar azeites de qualidade. Além disso, especialistas sugerem que a Anvisa adote medidas mais rigorosas e contínuas de fiscalização e que os estabelecimentos sejam incentivados a serem transparentes quanto à qualidade dos produtos oferecidos. A longo prazo, isso poderá contribuir para uma maior conscientização dos consumidores e uma redução significativa das fraudes em azeites, garantindo que os benefícios à saúde do azeite genuíno sejam acessíveis a todos.