O Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços) anunciou nesta quinta-feira (30) a exclusão da escritora Camila Panizzi Luz de sua programação e o recolhimento de seu livro, após declarações que associaram literatura marginal à criminalidade durante mesa no evento na quarta-feira (29). A organização classificou o episódio como ‘lamentável e de cunho racista’.
Em sua fala, Camila afirmou que desejava integrar o coletivo Neomarginais, mas não havia sido presa, condição que, segundo ela, seria necessária. O grupo, que reúne autores periféricos, repudiou publicamente as colocações, destacando que a escritora adotou ‘uma postura inaceitável, com declarações ofensivas e distorcidas sobre o movimento’.
O Flipoços reforçou em nota seu compromisso com a diversidade literária e repudiou qualquer forma de discriminação. A mesa ‘Literatura e Identidade’, que contava também com a participação da mãe da autora, Ivana Panizzi, foi interrompida após os protestos. O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais, com debates sobre estereótipos na literatura periférica.