O Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços) rompeu com a escritora Camila Panizzi Luz e recolheu seu livro do evento após declarações que associaram literatura marginal à criminalidade. O fato ocorreu na quarta-feira (29), durante mesa que a autora dividia com sua mãe, Ivana Panizzi, no festival mineiro. A organização classificou o episódio como ‘lamentável’ e de ‘cunho racista’.
Em sua fala, Camila afirmou que desejava integrar o coletivo Neomarginais, mas não havia sido presa – condição que, segundo ela, seria necessária. O grupo, que reúne autores periféricos, repudiou publicamente a fala, considerando-a uma ‘postura inaceitável’ e ‘ofensiva’ por reforçar estereótipos que vinculam produção cultural marginalizada à ilegalidade.
O Flipoços, um dos principais eventos literários do país, reiterou em nota seu compromisso com a diversidade e o combate ao racismo estrutural. A decisão de excluir a autora do cronograma e retirar sua obra foi tomada em consonância com artistas e curadores presentes no festival, que condenaram unanimemente as declarações.