A Lei da Ficha Limpa, sancionada em 4 de junho de 2010, completa 15 anos como um marco no combate à corrupção no Brasil. Originada de uma iniciativa popular que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas, a legislação estabeleceu critérios rígidos para impedir a candidatura de políticos condenados por crimes como corrupção e abuso de poder. Aprovada por unanimidade no Congresso e considerada constitucional pelo STF em 2012, a lei ampliou os prazos de inelegibilidade, que podem chegar a 16 anos para alguns cargos.
Atualmente, projetos em tramitação no Senado buscam alterar as regras, principalmente para unificar os prazos de inelegibilidade em até oito anos. Defensores das mudanças argumentam que a proposta visa corrigir incongruências e reduzir disparidades, enquanto críticos veem nelas um risco de enfraquecer a legislação. Senadores destacaram que a lei representa um avanço ético e não deve ser desfigurada, reforçando a importância de manter seu espírito original.
O debate ganhou força com a discussão do novo Código Eleitoral e outro projeto pronto para votação, ambos buscando limitar os prazos de inelegibilidade. Enquanto alguns parlamentares defendem que as alterações trazem mais transparência, outros alertam para o perigo de retrocesso. A polêmica reflete a tensão entre o desejo de aperfeiçoamento da lei e a necessidade de preservar suas conquistas históricas contra a impunidade.