Com a chegada das férias escolares de meio de ano, estudantes do Ensino Fundamental e Médio em todo o Brasil encontram uma oportunidade valiosa para descansar, rever familiares e, também, reforçar os estudos de forma mais leve. Muitos jovens que se preparam para o Enem ou vestibulares utilizam o período para revisar conteúdos e ampliar seu repertório cultural por meio da leitura. Professores e especialistas recomendam obras literárias com conteúdo histórico como uma alternativa eficaz e prazerosa de aprendizado. Ana Paula Aguiar, professora e autora do Sistema de Ensino pH, destaca que esse tipo de leitura ajuda a desenvolver empatia e interesse pelo passado. O momento de pausa, portanto, se transforma em uma chance estratégica para aliar lazer e educação de forma integrada.
A leitura durante as férias não substitui o estudo tradicional, mas o complementa, segundo educadores. Raphael Amaral, professor do Sistema Anglo de Ensino, ressalta que “os estudantes não devem escolher entre estudar e ler um livro”, pois, segundo ele, ambas as atividades caminham juntas no processo de aprendizagem. A prática de ler romances históricos, por exemplo, estimula o pensamento crítico, contextualiza eventos marcantes e contribui com a formação cidadã dos adolescentes. Em um país onde a leitura ainda enfrenta desafios — uma pesquisa de 2023 do Instituto Pró-Livro apontou que 44% dos brasileiros não leram nenhum livro no ano anterior —, iniciativas que incentivam o hábito entre jovens têm relevância crescente. A escolha adequada de obras pode, inclusive, melhorar o desempenho em provas discursivas e redações.
Especialistas apontam que, além de fortalecer o conteúdo escolar, a leitura nas férias pode moldar hábitos duradouros e impactar positivamente o desempenho acadêmico futuro. Com a crescente valorização de competências interdisciplinares nos exames nacionais, como a capacidade de interpretação e análise crítica, o contato contínuo com textos literários se torna ainda mais relevante. Escolas, famílias e editoras têm papel fundamental em fomentar esse hábito, oferecendo acesso e orientação. Nos próximos anos, a tendência é que metodologias de ensino cada vez mais integrem literatura e conteúdo curricular, especialmente em um cenário de transformação digital e mudanças nos formatos de avaliação. Em tempos de alta competitividade educacional, cultivar o prazer da leitura pode ser o diferencial silencioso que forma leitores mais conscientes — e candidatos mais preparados.