A federação formada entre o Solidariedade e o PRD, que conta com dez deputados, está se afastando do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ao considerar apoiar a candidatura de Ronaldo Caiado, do União, nas eleições de 2026. Essa aliança surge em meio a críticas à administração atual e busca atender à cláusula de barreira, que exige que partidos elejam um mínimo de 13 deputados em nove estados até o pleito. Este movimento não apenas reflete uma mudança de postura política, mas também altera a dinâmica da Câmara dos Deputados, onde a fragmentação partidária tem sido um desafio contínuo. Com a formação dessa nova federação, o Solidariedade e o PRD pretendem consolidar suas forças e influenciar o cenário político nacional.
A decisão de se aliar ao União, em detrimento do apoio ao governo Lula, é um reflexo do descontentamento crescente entre as legendas que compõem a federação e a administração federal. O Solidariedade, que atualmente ocupa posições no governo, tem manifestado críticas à gestão, especialmente em relação à proposta de uma CPI para investigar supostas fraudes no INSS. Por sua vez, o PRD, que se originou da fusão entre o PTB e o Patriota, também se posiciona como uma força de oposição, sob a liderança de Ovasco Resende. Essa nova configuração política visa não apenas a sobrevivência das siglas, mas também a criação de um ambiente mais propício para que possam competir efetivamente nas próximas eleições, reduzindo o número de bancadas na Câmara para 14, o menor desde 1986.
O futuro da política brasileira poderá ser moldado por essa nova aliança, que sinaliza uma tendência crescente de consolidação partidária em resposta à fragmentação que caracteriza o cenário atual. Com outras legendas, como o União Brasil e o PP, também buscando formar federações, o ambiente político tende a se tornar mais competitivo. A aproximação entre MDB e Republicanos para possíveis alianças indica que a polarização atual pode dar lugar a novos arranjos, alterando a forma como as eleições são disputadas. À medida que as movimentações se intensificam, fica a reflexão sobre o papel das federações na construção de um novo pacto político, que talvez possa trazer mais estabilidade e representação ao eleitorado brasileiro.