O Federal Reserve (Fed) inicia nesta terça-feira uma reunião de dois dias, em meio a tensões geopolíticas no Oriente Médio e expectativas de dados econômicos fracos nos Estados Unidos. A escalada de conflitos entre Israel e Irã elevou os preços do petróleo, criando riscos inflacionários, enquanto projeções indicam queda de 0,7% nas vendas no varejo e crescimento mínimo de 0,1% na produção manufatureira em maio. Apesar das pressões do presidente Donald Trump por cortes imediatos nas taxas de juros, o Fed deve manter a taxa atual entre 4,25% e 4,50%, aguardando maior clareza sobre os impactos das tarifas comerciais na inflação e no crescimento.
As tensões no Oriente Médio e as políticas comerciais de Trump têm aumentado a incerteza para os membros do Fed, que avaliam um possível efeito ‘estagflacionário’ na economia americana. O Resumo das Projeções Econômicas, a ser divulgado junto com a decisão de política monetária na quarta-feira, às 15h (horário de Brasília), pode atrair mais atenção do que a própria manutenção das taxas, revelando se as autoridades ajustaram suas expectativas desde março. Na ocasião, o Fed reduziu as projeções de crescimento, elevou a inflação esperada, mas manteve a perspectiva de dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros ainda em 2024.
O chair Jerome Powell realizará uma coletiva de imprensa meia hora após o anúncio da decisão, com investidores e analistas em busca de sinais sobre a trajetória da política monetária. O Fed enfrenta o desafio de equilibrar os riscos de desaceleração econômica com pressões inflacionárias, enquanto monitora os desdobramentos geopolíticos e os impactos das tarifas comerciais implementadas pelo governo Trump.