A coalizão governista da Holanda está à beira do colapso após a saída do partido de extrema direita PVV, liderado por Geert Wilders. A decisão foi motivada por divergências sobre políticas de imigração, já que os outros partidos da coalizão se recusaram a apoiar propostas mais rígidas, incluindo a suspensão de pedidos de asilo. Com a renúncia dos ministros do PVV, o governo conservador deve cair, levando à convocação de novas eleições em um momento de crescente instabilidade política no país.
A crise ocorre em um contexto europeu marcado pelo avanço de forças nacionalistas e pela tensão geopolítica com a Rússia. A queda do governo holandês pode atrasar decisões importantes, como o aumento de gastos com defesa para cumprir metas da OTAN, além de deixar o país sem um governo estável durante a cúpula da aliança em Haia, prevista para este mês. Enquanto isso, parceiros de coalizão criticaram a decisão do PVV, classificando-a como irresponsável diante dos desafios atuais.
A ascensão da extrema direita na Europa tem sido observada em outros países, como Polônia e República Tcheca, embora em nações como a Romênia candidatos centristas tenham obtido vitórias recentes. Na Holanda, pesquisas indicam que o PVV, embora ainda popular, perdeu parte do apoio desde que ingressou no governo. A perspectiva de novas eleições coloca em xeque a formação de uma maioria estável, aumentando a incerteza na quinta maior economia da zona do euro.