A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) consolidou sua presença internacional, estabelecendo redes estruturais na Europa e nas Américas, subordinadas à organização central no Brasil. As revelações foram feitas pelo promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, durante um seminário na Universidade de São Paulo. Esta expansão não se limita mais a pontos de apoio logístico; agora, inclui operações complexas de coordenação criminal. Os detalhes sobre essa migração serão apresentados nesta quarta-feira, dia 25, prometendo um olhar mais aprofundado sobre a estrutura e as operações da facção.
O PCC, que teve origem em 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, evoluiu de um pequeno grupo de presos para uma organização com aproximadamente 40 mil integrantes espalhados por 28 países, conforme as investigações de Gakiya. Em nações como Argentina, Chile, Paraguai e Bolívia, a facção replicou a estrutura organizacional que desenvolveu no Brasil, incluindo a figura do ‘sintonia’, responsável pela coordenação de atividades criminais tanto dentro quanto fora dos presídios. Esta expansão reflete uma adaptação estratégica do PCC, que busca fortalecer sua influência e operações no cenário internacional do crime organizado, desafiando a segurança pública de múltiplos países.
A projeção futura para o combate ao PCC exige uma cooperação internacional intensificada, dada a complexidade e a capilaridade da organização criminosa. Esta expansão do PCC não somente altera a dinâmica do tráfico internacional de drogas, mas também implica em uma transformação nos métodos de segurança e inteligência aplicados globalmente. Os próximos passos, segundo especialistas, envolverão uma combinação de esforços judiciais e policiais, tanto nacionais quanto internacionais, para desarticular as redes do PCC e minimizar seu impacto nas sociedades afetadas. Este caso serve como um alerta para a necessidade de uma visão mais holística e colaborativa no combate ao crime organizado transnacional.