Em entrevista exclusiva ao g1, Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul, destacou que a lucratividade dos veículos não está diretamente ligada ao formato da carroceria, mas sim a fatores como escala de produção, tecnologias incorporadas e demanda. Apesar do crescimento dos SUVs no mercado brasileiro, que passaram de 32,7% das vendas em 2020 para 53% atualmente, Cappellano ressaltou que não há uma ‘tendência radical’ que torne outros modelos obsoletos.
O executivo também abordou os desafios do setor automotivo, como o aumento dos custos de produção e a necessidade de incorporar tecnologias que atendam às regulamentações brasileiras. Cappellano defendeu uma maior sinergia entre indústria e governo para viabilizar o ‘carro popular’, já que a tecnologia mínima exigida por lei eleva os custos. A Stellantis anunciou investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030, com foco em plataformas flexíveis que permitam diferentes tecnologias de propulsão.
Cappellano ainda comentou sobre a previsibilidade do mercado brasileiro, impulsionada por programas como o Mover, e os desafios das marcas Citroën e Peugeot, que têm perdido espaço no ranking de vendas. Ele citou lançamentos recentes, como o Peugeot 208 e o Citroën Basalt, como estratégias para recuperar a participação no mercado, destacando que a percepção dos consumidores sobre as marcas francesas deve melhorar com o tempo.