Um ex-sócio do Grupo Hygea afirmou, em delação premiada, que a empresa pagou propinas a um vereador de Curitiba em contratos com prefeituras da região metropolitana. Os municípios envolvidos incluem Colombo, São José dos Pinhais e Araucária, onde os acordos somaram milhões de reais. Segundo o depoimento, os repasses eram feitos em dinheiro vivo, mensalmente, e registrados na contabilidade como “participação nos lucros”.
O delator detalhou que os pagamentos começaram em 2014, quando assumiu a área financeira do grupo, e que um assessor intermediou a entrega dos valores. Ele também mencionou a participação do parlamentar na articulação de contratos com as prefeituras. Investigadores analisaram planilhas que indicam repasses suspeitos em pelo menos 11 contratos, totalizando mais de R$ 30 milhões. As prefeituras citadas afirmaram que os serviços foram encerrados em gestões anteriores e que não têm vínculo atual com a empresa.
Ainda segundo a delação, o mesmo vereador teria influenciado a contratação de uma organização social para gerir uma unidade de saúde em Curitiba, em um acordo investigado pela Polícia Federal. O caso está sob análise do Tribunal de Justiça do Paraná, que definirá se o processo seguirá em primeira instância ou será encaminhado a um desembargador devido ao possível envolvimento de agentes públicos com foro privilegiado. O parlamentar não se manifestou sobre as acusações.