Cientistas do Instituto de Investigações Marinhas, na Espanha, identificaram um aumento na mortalidade de polvos na região da Galícia, atribuindo o fenômeno principalmente ao estresse. A pesquisa apontou que a queda na salinidade da água, causada por chuvas intensas, também contribui para o problema, mas a falta de cortisol — hormônio que regula o estresse em outros animais — torna os polvos especialmente vulneráveis. Sem essa defesa, eles ficam mais expostos a tensões ambientais, agravando o risco de morte.
Além da sensibilidade ao estresse, os polvos chamam a atenção por sua inteligência descentralizada, com dois terços de seus 500 milhões de neurônios localizados nos braços. Essa estrutura permite que os membros ajam de forma independente, realizando tarefas complexas mesmo quando desconectados do cérebro central. Estudos mostram que os braços possuem cordões nervosos próprios, capazes de coordenar movimentos e até buscar alimento autonomamente, um traço raro no reino animal.
A combinação de flexibilidade física e capacidade cognitiva coloca os polvos em um patamar único, muitas vezes comparado a “extraterrestres da Terra”. Sua habilidade de editar RNA em tempo real e adaptar-se rapidamente ao ambiente reforça essa singularidade. No entanto, apesar dos avanços na compreensão desses animais, questões como a comunicação entre cérebro e braços e os limites de sua memória ainda desafiam os cientistas, destacando o quanto há para descobrir sobre esses fascinantes cefalópodes.