Famílias do semiárido nordestino precisam de uma renda mensal entre R$ 1.986,00 e R$ 4.996,00 para ter uma vida digna, segundo estudo encomendado pela Fundação IDH, realizado pelo Anker Research Institute em parceria com o Cebrap. Os valores variam conforme a região e cobrem despesas básicas como alimentação, educação, moradia, saúde e lazer, além de incluir 5% para emergências. A pesquisa analisou 10 macrorregiões rurais da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, considerando tanto produtores da agricultura familiar quanto trabalhadores empregados no setor agrícola.
Na Paraíba, os valores mais baixos foram registrados na Mata Paraibana (R$ 2.807 para agricultores e R$ 1.968 para empregados), enquanto a capital João Pessoa exigiu os maiores montantes (R$ 3.947 e R$ 2.624, respectivamente). No Rio Grande do Norte, Natal apresentou os valores mais altos (R$ 4.996 e R$ 3.357), e em Pernambuco, Recife e região metropolitana lideraram (R$ 4.400 e R$ 2.977).
O estudo considerou famílias de quatro pessoas (dois adultos e dois dependentes) e alertou que a degradação da caatinga ameaça a renda digna no campo. Grazielle Cardoso, da Fundação IDH, destacou que a insuficiência de renda prejudica a manutenção de cadeias produtivas sustentáveis na região.