Especialistas em ciência política apontam que o sistema eleitoral atual favorece discursos extremistas e populistas, em detrimento de propostas técnicas baseadas em evidências. O fenômeno, observado principalmente nas democracias ocidentais nas últimas décadas, tem como consequência direta o esvaziamento de debates políticos qualificados e a predominância de performances sobre substância.
Segundo análises acadêmicas, a deterioração do cenário político se manifesta em três dimensões principais: o enfraquecimento das burocracias técnicas, a influência excessiva de grupos de interesse no Legislativo e a judicialização excessiva de processos políticos. Esses fatores criam um ambiente hostil para governos que buscam implementar políticas públicas estruturadas e de longo prazo.
O problema é agravado pela lógica eleitoral que premia soluções imediatistas em detrimento de projetos baseados em dados e competência técnica. Pesquisadores alertam que essa dinâmica pode levar a um ciclo vicioso de descrença nas instituições democráticas e no próprio sistema representativo, com consequências ainda difíceis de mensurar completamente.