Durante o Anbima Summit realizado nesta quarta-feira (25) em São Paulo, o economista e professor Eduardo Giannetti alertou que, embora o Brasil não esteja atualmente em uma crise fiscal imediata, o país poderá enfrentar sérias dificuldades financeiras se perder de vista a necessidade de ajustes fiscais. Segundo ele, no painel ‘Equilíbrio Fiscal no Brasil: questão de governo ou de Estado?’, o problema fiscal do Brasil é estrutural, persistente através de diversos governos e ideologias. Giannetti criticou a postura atual do governo federal em negar a gravidade dos desafios fiscais, apontando a urgência de grandes reformas para assegurar a sustentabilidade fiscal e o crescimento econômico. Sua análise estabelece uma transição para explorar as causas e as potenciais soluções para essa situação.
A situação fiscal do Brasil é complicada por uma elevada carga tributária que representa 33% do PIB, conforme destacado por Giannetti. A ineficiência na gestão dos recursos arrecadados, segundo os especialistas, compromete a capacidade do Estado em fornecer serviços públicos de qualidade e impulsionar o desenvolvimento econômico. A falta de reformas significativas no governo atual, liderado pelo presidente Lula, é vista como um obstáculo para a recuperação fiscal, dada a redução do capital político e a crescente desaprovação popular. A discussão no Anbima Summit também ressaltou que sem uma ação imediata, o Brasil pode se ver em uma situação de emergência fiscal, forçando medidas mais drásticas e possivelmente impopulares no futuro.
Olhando para o futuro, a necessidade de reformas estruturais se torna ainda mais premente. Giannetti expressa a esperança de que o próximo governo possa ter a oportunidade, com capital político no início do mandato, de implementar as mudanças necessárias para evitar uma crise fiscal profunda. A questão fiscal no Brasil transcende os ciclos políticos e requer um compromisso contínuo e bipartidário para a implementação de políticas sustentáveis. As implicações de não agir são vastas, impactando não apenas a economia, mas também a estabilidade social e política do país. É um momento decisivo, e os próximos passos que o Brasil escolher tomar podem definir o curso econômico e político para as próximas décadas.