Pais e responsáveis têm até esta sexta-feira (27) para informar às escolas estaduais do Vale do Paraíba e região se desejam que seus filhos recebam merenda durante as férias de julho. A iniciativa, anunciada pelo Governo de São Paulo nesta segunda-feira (23), prevê o fornecimento de almoço entre os dias 3 e 22 de julho, das 11h às 13h30, nas próprias unidades de ensino. A adesão deve ser feita por meio da Secretaria Escolar Digital (SED) ou diretamente nas escolas, por meio de uma pesquisa de interesse. A medida busca garantir alimentação a estudantes da rede pública mesmo fora do período letivo, em um momento em que a insegurança alimentar ainda afeta milhares de famílias no estado.
De acordo com a Secretaria da Educação, a merenda durante as férias será elaborada por uma equipe de nutricionistas, visando oferecer refeições balanceadas e adequadas às necessidades nutricionais dos alunos. A ação integra uma política pública mais ampla de combate à fome e à evasão escolar, problemas que tendem a se agravar em períodos de recesso. Em 2023, mais de 1 milhão de estudantes da rede estadual paulista foram considerados em situação de vulnerabilidade social, segundo dados do próprio governo. Especialistas em educação e assistência social destacam que a oferta contínua de merenda pode ser decisiva para manter o vínculo dos alunos com a escola e garantir sua saúde e bem-estar durante o período sem aulas. A decisão também atende demandas de movimentos sociais que vinham pressionando por maior apoio alimentar nas férias.
A expectativa é de que a iniciativa seja expandida para outras regiões do estado, caso os resultados sejam positivos. Em um cenário de inflação persistente sobre os alimentos e aumento do desemprego em áreas periféricas, políticas como essa tendem a ganhar relevância. Além disso, a continuidade da merenda durante o recesso escolar sinaliza um esforço do poder público em tratar a alimentação escolar como um direito, e não apenas um benefício condicionado ao calendário letivo. Para as famílias, especialmente as de baixa renda, essa assistência representa mais do que uma refeição: é um suporte direto na rotina e no orçamento doméstico. Resta saber se, a longo prazo, haverá recursos e estrutura suficientes para tornar a medida permanente em todo o estado.