Marlúcia Ramiro, já conhecida por seu envolvimento nos atos de 8 de janeiro que atacaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, enfrenta agora acusações adicionais de abuso físico, psicológico e sexual contra duas crianças de 8 e 2 anos, respectivamente, em Buritizal, São Paulo. As denúncias foram reveladas por O Globo e formalizadas pela mãe das crianças ao Conselho Tutelar local, à Polícia Civil e à Justiça. Os supostos crimes ocorreram durante o período em que Ramiro estava foragida, depois de ter sua prisão preventiva decretada pelo STF por sua participação nos atos golpistas. A acusada nega todas as acusações, enquanto o caso segue sob a vigilância da 2ª Promotoria de Justiça de Igarapava.
Os eventos em questão desenrolaram-se enquanto Marlúcia Ramiro se beneficiava de um regime domiciliar, concedido em abril após sua captura em dezembro de 2023. A mãe das vítimas, que conheceu Ramiro em 2018 durante manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alega que, enfrentando dificuldades financeiras, convidou Ramiro para morar em sua casa em troca de ajuda com as crianças. Este arranjo teria dado a Ramiro a oportunidade de cometer os abusos agora investigados. Autoridades locais, incluindo o Conselho Tutelar e a Polícia Civil, estão intensamente envolvidos no caso, que chamou a atenção da mídia e da comunidade local pela gravidade das acusações e o perfil político da acusada.
Este caso não apenas ressalta a complexa intersecção entre política e direitos humanos, mas também levanta questões urgentes sobre a proteção de crianças em contextos de acolhimento doméstico. A investigação em andamento provavelmente influenciará as políticas de proteção infantil e poderá incitar revisões nos processos de concessão de regime domiciliar para acusados em casos de alta gravidade. À medida que a sociedade acompanha o desdobramento desse caso, fica a reflexão sobre a importância de vigilância e rigor no acolhimento de indivíduos em situações vulneráveis, especialmente quando crianças estão envolvidas.