Um grupo de empresas, incluindo a L’Oréal Luxo e o MOVER (Movimento pela Equidade Racial), em parceria com a Black Sisters in Law, lançou o Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro. A iniciativa propõe 10 medidas para combater práticas racistas no varejo, como capacitação antirracista para funcionários, garantia de atendimento prioritário e livre circulação em estabelecimentos, além de protocolos claros para revistas. O código, embora sem validade jurídica, busca inspirar a autorregulamentação das empresas e reparar a exclusão histórica enfrentada por consumidores negros.
A pesquisa “Racismo no Varejo de Beleza de Luxo”, encomendada pela L’Oréal em 2024, identificou 21 práticas discriminatórias, motivando a criação do documento. Entre as normas específicas para o setor de beleza, destaca-se a obrigatoriedade de estoque adequado de produtos para tonalidades de pele e tipos de cabelo afro. Especialistas destacam que o código tem valor moral e pode servir como modelo para outras empresas, reforçando a necessidade de equidade racial no mercado de consumo.
A advogada especialista em direito antidiscriminatório ressalta que a população negra movimenta R$ 1,7 trilhão por ano, mas ainda enfrenta barreiras no acesso a produtos e serviços. Enquanto alguns defendem o caráter pedagógico da iniciativa, vítimas de racismo no varejo destacam a importância da transparência e da mudança estrutural. O código é visto como um passo importante, mas especialistas alertam que a luta contra o racismo exige esforços contínuos e coletivos.