O diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou nesta segunda-feira que ainda considera possível reduzir as taxas de juros ainda em 2024, mesmo diante do risco de as tarifas comerciais do governo norte-americano pressionarem temporariamente a inflação. Em discurso na Coreia do Sul, ele destacou que, se os aumentos de impostos sobre importações não se mostrarem persistentes e a inflação subjacente continuar a convergir para a meta de 2%, cortes nos juros podem ser justificados. Waller ressaltou, no entanto, que o cenário dependerá da evolução das negociações comerciais e do mercado de trabalho, que segue sólido.
As declarações ocorrem em meio a incertezas sobre a política comercial dos EUA, marcada por mudanças abruptas nas tarifas e desafios legais que podem enfraquecer sua aplicação. Economistas e autoridades do Fed avaliam que os impostos sobre importações tendem a elevar a inflação e o desemprego, além de frear o crescimento, o que poderia limitar a capacidade do banco central de reduzir os juros, atualmente entre 4,25% e 4,5%. Waller, no entanto, adotou um tom mais otimista que outros colegas, defendendo uma análise cautelosa dos dados antes de decisões futuras.
Embora os impactos das tarifas tenham sido limitados até agora, Waller alertou para riscos negativos em 2025, incluindo menor atividade econômica, redução de empregos e pressão inflacionária—efeitos que dependerão da trajetória da política comercial. Ele ponderou que, em cenários de tarifas moderadas (em torno de 10%), parte do custo pode não ser repassada aos consumidores. A postura do diretor reflete um equilíbrio entre cautela e flexibilidade, mantendo a porta aberta para ajustes monetários caso as condições permitam.