A Câmara Municipal de Juiz de Fora concluiu a digitalização de 45 livros de atas de reuniões ordinárias e extraordinárias, abrangendo o período de 1950 a 2002. O projeto, realizado em parceria com o Centro de Conservação da Memória da UFJF, preservou 21.843 páginas que documentam decisões históricas, como a abertura de ruas, cassações políticas durante a ditadura militar e homenagens a personalidades locais. Os registros, agora disponíveis para consulta pública, oferecem um panorama da evolução política e social da cidade, conhecida como “Manchester Mineira”.
Entre os destaques das atas estão sessões emblemáticas, como a de 1964, que resultou na cassação de quatro vereadores durante o regime militar, e debates sobre revogações de títulos honoríficos. A superintendente de Preservação Institucional da Câmara destacou a importância desses documentos como fontes democráticas e sem filtros, capazes de revelar a “temperatura política” de cada época. O historiador Bernardo Inácio Netto ressaltou que as atas funcionam como uma janela para a história institucional e social da cidade.
A iniciativa empregou tecnologia de scanner a laser de alta resolução para garantir a legibilidade e durabilidade dos arquivos, muitos dos quais estavam em avançado estado de deterioração. Além de preservar a memória, o projeto amplia a transparência pública, permitindo que qualquer cidadão acesse os documentos remotamente. A estudante de arquivologia Isabela Ferreira, que participou do processo, destacou o orgulho em contribuir para a democratização do conhecimento histórico da região.