O Ministério do Trabalho identificou que a dificuldade de mobilidade entre casa e trabalho é um dos principais motivos para demissões voluntárias. Uma pesquisa com 53.692 demissionários revelou que 21,7% mencionaram problemas de deslocamento, enquanto 15,7% citaram a falta de flexibilidade na jornada. Trabalhadores entrevistados pelo g1 também destacaram o medo da violência e a falta de tempo para se qualificar como fatores determinantes para deixar empregos presenciais.
Profissionais como Rael Souza, de Santo André (SP), relataram o desgaste causado por longos deslocamentos diários, que chegam a 5 horas. Após a empresa exigir o retorno ao presencial, ele optou por pedir demissão e se tornar motorista de aplicativo. Histórias como a de Rael refletem uma tendência no mercado: a queda na oferta de vagas remotas e o aumento de demissões voluntárias, que atingiram 8,5 milhões em 2024.
Além dos problemas de mobilidade, questões como assédio em transportes públicos e a busca por qualidade de vida influenciam a decisão de profissionais. Empresas que mantêm o home office, como a Atlantic Tax & Advisory e o QuintoAndar, relatam vantagens na retenção de talentos e produtividade. No entanto, consultorias apontam que muitas organizações ainda enfrentam desafios no modelo remoto, como insegurança sobre produtividade e dificuldades na liderança.