Deputados federais de São Paulo, tanto da esquerda quanto da direita, estão formando uma frente única de oposição ao PLP 177/2023, que propõe a redistribuição de cadeiras na Câmara por Estados. O projeto, relatado pelo deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB), prevê aumentar o número de congressistas de 513 para 527, mudança apoiada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A discussão ocorre em Brasília nesta semana, com votação prevista para os próximos dias.
Os parlamentares paulistas criticam a proposta por dois motivos principais: o aumento de gastos públicos e a falta de critérios claros na redistribuição. Eles argumentam que a expansão do número de deputados geraria custos adicionais de R$ 56 milhões anuais aos cofres públicos, sem benefícios concretos para a representatividade. Além disso, afirmam que o texto desconsidera o peso populacional dos estados, prejudicando São Paulo, que tem a maior população do país.
O relator Damião Feliciano sinalizou que deve apresentar um substitutivo ao projeto original, buscando equilibrar as demandas dos estados. Enquanto isso, líderes partidários de SP articulam um bloco suprapartidário para pressionar por mudanças no texto. A proposta divide opiniões: se apoiada pelo centrão, pode ser aprovada rapidamente, mas enfrenta resistência de estados do Sudeste e Nordeste, que temem perder representação.