Uma parlamentar condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão em regime fechado e à perda do mandato por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afirmou ter deixado o Brasil e se mudado para a Europa, onde possui cidadania italiana. Em entrevista, ela declarou que pretende atuar pelo fortalecimento de grupos políticos conservadores no continente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado sua prisão preventiva ao STF, argumentando a necessidade de garantir o cumprimento da lei.
A parlamentar responde a dois processos no STF, incluindo um caso de perseguição com arma de fogo durante as eleições de 2022. Embora haja maioria para condenação, o julgamento está suspenso. Ela afirmou que viajou inicialmente para tratamento médico e que pedirá licença não remunerada do mandato. Em declarações, disse se considerar “intocável” na Itália devido à sua cidadania, descartando possibilidade de extradição.
Especialistas ouvidos destacam que, como não havia medida cautelar contra ela e o processo ainda não transitou em julgado, não havia impedimento legal para sua saída do país. No entanto, a afirmação de que não pretende retornar ao Brasil pode complicar sua situação jurídica. O STF já havia retido seu passaporte em 2023, mas a medida foi revogada posteriormente. A decisão sobre a perda do mandato ainda depende de trâmites no Congresso e no próprio tribunal.