A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) classificou como “ilegal, inconstitucional e autoritária” a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (4). A decisão, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), inclui bloqueio de passaportes, salários, bens, contas bancárias e perfis em redes sociais da parlamentar.
Em nota, Zambelli questionou a decisão monocrática de Moraes, que não foi submetida ao plenário do STF, e acusou “abuso” e “perseguição política”. Ela afirmou que a Constituição só permite a prisão de deputados federais em flagrante por crime inafiançável, o que, segundo ela, não ocorreu. A deputada deixou o Brasil na terça-feira (3) e está na Flórida, nos Estados Unidos, conforme sua assessoria. A decisão do ministro considera que a viagem configura tentativa de fugir à aplicação da lei penal.
Zambelli foi condenada em maio a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além da prisão preventiva, Moraes determinou multa diária de R$ 50 mil caso a deputada mantenha postagens que “reiterem as condutas criminosas” e solicitou que o governo brasileiro peça à Interpol a inclusão de seu nome na lista vermelha.