O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu a fase de depoimentos no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. Segundo avaliação de ministros da Corte, as testemunhas da acusação fortaleceram as alegações da Procuradoria-Geral da República (PGR), enquanto as ouvidas pela defesa não apresentaram elementos novos. Entre os depoimentos considerados relevantes estão os de ex-comandantes das Forças Armadas, que confirmaram reuniões no Palácio do Alvorada para discutir medidas como estado de sítio ou de defesa.
Um dos momentos mais tensos ocorreu quando um ex-ministro da Defesa, testemunha da defesa, discutiu com o relator do caso sobre a interpretação de falas atribuídas a um ex-comandante militar. O ministro advertiu que o depoente poderia ser preso por desacato se não se comportasse, gerando um debate acalorado. Além disso, um governador, indicado pela defesa, afirmou que o ex-presidente nunca mencionou qualquer tentativa de golpe, descrevendo-o como “triste e resignado” após a eleição.
Com o fim dos depoimentos, o processo avança para a fase de interrogatórios dos réus, marcada para começar na próxima semana. O primeiro a ser ouvido será um militar que colabora com as investigações. Os acusados terão direito a permanecer em silêncio, conforme previsto na legislação, sem obrigação de produzir provas contra si mesmos. O caso segue sob análise do STF, com expectativa de novos desdobramentos.