O Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima iniciou uma ação na Justiça do Trabalho para impedir a demissão em massa de quase 200 servidores concursados da Companhia Energética de Roraima (CERR). A empresa, uma sociedade de economia mista sob administração do governo estadual, perdeu a concessão para fornecer energia elétrica em 2017 e atualmente enfrenta uma recomendação do Ministério Público para demitir funcionários cujas funções foram consideradas desnecessárias. A ação judicial tramita na 1ª Vara da Justiça do Trabalho em Boa Vista e ainda aguarda decisão, enquanto os protestos dos trabalhadores ganham força.
A crise na CERR simboliza um confronto entre a necessidade de reestruturação da empresa e os direitos dos trabalhadores. Segundo o Sindicato, a demissão dos servidores seria ilegal, pois a lei estadual permite o reaproveitamento desses funcionários em outras secretarias e setores do governo, prática já adotada para cerca de 80 servidores. A perda da concessão de energia resultou na redistribuição de alguns empregados para órgãos como a CAER, Sefaz e Sesau. Especialistas alertam que a demissão sem alternativas de realocação pode causar impactos sociais e econômicos significativos, aumentando o desemprego e pressionando o mercado de trabalho local.
O futuro dos servidores da CERR e da própria estrutura energética do estado de Roraima permanece incerto, mas o caso pode estabelecer precedentes importantes para situações semelhantes em outras regiões. A decisão judicial esperada poderá definir tendências sobre o tratamento de trabalhadores de empresas públicas em processos de reestruturação. Além disso, o caso levanta questões sobre a responsabilidade do estado em garantir a estabilidade dos empregos em contextos de mudanças estruturais. Observadores e stakeholders esperam que o governo estadual e a Justiça encontrem um equilíbrio que proteja tanto os direitos dos trabalhadores quanto a eficiência administrativa.