As defesas dos réus do ‘núcleo crucial’ da ação penal por tentativa de golpe de Estado apresentaram pedidos de novas diligências ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo. O prazo para os pedidos terminou nesta segunda-feira (16). Tanto a acusação quanto as defesas podem solicitar investigações, perícias e acareações, cabendo ao relator decidir sobre a aceitação ou rejeição. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, dispensou novas diligências.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a anulação do acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, alegando que ele mentiu aos investigadores e violou o sigilo da delação. Caso o pedido não seja atendido, os advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF solicite à Meta informações sobre um perfil do Instagram supostamente usado por Cid para vazar dados da investigação. Já a defesa do ex-ministro Walter Braga Netto pediu uma acareação com Cid para esclarecer contradições em seus depoimentos, incluindo divergências sobre um suposto plano golpista e uma quantia em dinheiro entregue em uma caixa de vinho.
Outros réus também apresentaram pedidos. A defesa de Anderson Torres solicitou acareações com o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes para esclarecer contradições sobre reuniões que discutiriam medidas de exceção. Já a defesa do ex-comandante da Marinha Almir Garnier pediu que o STF solicite à Força Armada esclarecimentos sobre a ‘Operação Formosa’, um desfile de blindados em 2021 que coincidiu com a votação da PEC do voto impresso no Congresso.