A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro ingressou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (16) para anular a delação premiada de Mauro Cid na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado. Os advogados alegam que o militar mentiu em depoimento e violou o sigilo do acordo de colaboração, citando como prova mensagens divulgadas pela revista Veja. Caso o pedido não seja acolhido imediatamente, a defesa solicitou que o STF requeira à Meta dados detalhados de um perfil no Instagram supostamente usado por Cid para vazar informações sigilosas.
Entre os dados solicitados à Meta, responsável pelo Instagram, estão registros de IP, localização geográfica, histórico de dispositivos e o conteúdo integral das mensagens do perfil ‘@gabrielar702’. A defesa também pediu a reabertura do prazo para novas diligências apenas após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), do próprio Cid e da resposta da Meta. Além disso, reiterou o pedido de acesso integral às provas obtidas em quebras de sigilo telemático anteriores.
Na sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, deu 24 horas para a Meta fornecer informações sobre dois perfis supostamente vinculados a Cid. A defesa do militar nega a autoria dos perfis, classificando a informação como ‘falsidade grotesca’. Moraes determinou a preservação de todos os arquivos digitais relacionados às contas e a entrega de dados cadastrais, mensagens e informações de acesso. Os advogados de Cid pediram a abertura de investigação para apurar a real autoria dos perfis, enquanto a defesa de Bolsonaro sustenta que as mensagens comprovam a violação do acordo de colaboração.