A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres apresentou nesta segunda-feira, 16, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a realização de uma acareação entre ele e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes. O objetivo é esclarecer divergências nos depoimentos sobre reuniões com teor golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Freire Gomes afirmou que Torres participou de encontros golpistas, mas depois atenuou sua declaração, dizendo não ter certeza se a minuta apreendida na casa do ex-ministro era a mesma discutida nas reuniões.
Os advogados de Torres alegam contradições nas versões do general e pedem que ele seja ouvido novamente, caso a acareação não seja autorizada. A defesa também solicitou perícias técnica e audiovisual para comparar a minuta encontrada com Torres a outros documentos do processo e analisar sua participação em uma live com Bolsonaro em 2021. O objetivo é demonstrar que o ex-ministro não teve envolvimento ativo em supostas articulações antidemocráticas.
As solicitações foram feitas na fase de diligências complementares do processo, que investiga a tentativa de golpe de Estado. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, analisará os pedidos. A defesa ainda requereu que o STF oficie o Google para identificar quem inseriu na internet a minuta de decreto encontrada na casa de Torres, argumentando que documentos semelhantes circulam publicamente desde 2022.