A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de acareação com o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado. O pedido ocorre após divergências entre os depoimentos dos dois sobre reuniões supostamente golpistas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o general afirmou inicialmente que Torres deu ‘suporte jurídico’ nesses encontros, depois atenuou sua declaração, dizendo não ter certeza se a minuta apreendida na casa do ex-ministro era a mesma discutida nas reuniões.
Os advogados de Torres alegam contradições relevantes nas versões apresentadas por Freire Gomes, que em depoimento ao STF afirmou não lembrar quantas vezes o ex-ministro participou das reuniões, respondendo apenas ‘poucas’. A defesa também critica o fato de o general figurar no processo como testemunha, e não como investigado. Caso a acareação não seja autorizada, solicitam um novo depoimento individual do militar para esclarecer os pontos contraditórios.
Além da acareação, a defesa pediu ao STF que solicite ao Google a identificação de quem inseriu na internet a minuta de decreto encontrada na casa de Torres, argumentando que documentos similares circulam publicamente desde 2022. Também foram requeridas perícias técnica e audiovisual para comparar o conteúdo da minuta apreendida e analisar a participação de Torres em uma live com Bolsonaro em 2021. Os pedidos serão analisados pelo ministro relator do caso, Alexandre de Moraes.