A possível derrubada do decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode reduzir as despesas discricionárias do governo federal para R$ 72,4 bilhões, um patamar considerado crítico por técnicos. Esses recursos são essenciais para custear o funcionamento da máquina pública e investimentos em áreas como saúde e educação. Autoridades alertam que, sem a medida, o governo terá de congelar gastos adicionais, impactando diretamente políticas públicas e aumentando o risco de paralisação de serviços.
Atualmente, o Orçamento de 2025 reserva R$ 222 bilhões para despesas não obrigatórias, mas bloqueios e contingenciamentos já reduziram esse valor para R$ 87,4 bilhões. A eventual perda de arrecadação com o IOF forçaria um novo congelamento de R$ 19,1 bilhões, afetando emendas parlamentares e gastos discricionários. O governo argumenta que a medida é necessária para evitar um colapso nas contas públicas, especialmente em um cenário de receitas abaixo do esperado e próximo das eleições de 2026.
O Congresso, no entanto, resiste ao aumento do IOF, classificando-o como uma medida paliativa. Líderes parlamentares pressionam por alternativas, enquanto o Executivo afirma que não há tempo hábil para substituir a arrecadação neste ano. O impasse coloca em risco programas como o Minha Casa, Minha Vida e investimentos em Defesa, que dependem desses recursos. A negociação continua, mas sem consenso, o governo alerta para consequências graves no funcionamento do Estado.