Debate sobre autoidentificação racial no Brasil reflete mudanças históricas

Rodrigo Fonseca
Tempo: 2 min.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Estatuto da Igualdade Racial reforçam que a autoidentificação racial é um direito individual, sem questionamentos. No entanto, as definições de categorias como “pardo”, “preto” e “negro” geram discussões, especialmente quando há discordância entre como uma pessoa se declara e como é percebida socialmente. Casos recentes envolvendo concursos públicos com cotas raciais evidenciam a complexidade do tema, levantando debates sobre quem define a racialidade de alguém.

Ao longo dos últimos 80 anos, a categoria “pardo” passou por diversas mudanças no Censo do IBGE, refletindo diferentes interpretações sobre miscigenação e identidade. Enquanto alguns pardos se identificam como negros, outros não se reconhecem nessa classificação, conforme apontou pesquisa do Datafolha em 2024. Já o termo “negro”, embora não seja uma opção oficial no Censo, é defendido por movimentos sociais como a soma de pretos e pardos, embora haja divergências sobre essa abordagem.

O último Censo mostrou que os pardos representam 45,3% da população brasileira, tornando-se o maior grupo racial do país, seguidos pelos brancos (43,5%) e pretos (10,2%). O IBGE destaca que o levantamento é a principal fonte de dados sobre condições de vida no país, mas as definições raciais continuam em evolução, com expectativa de novas discussões antes do próximo Censo, em 2030.

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