O debate entre os candidatos à presidência do PT nesta segunda-feira foi marcado por discussões sobre o futuro do socialismo e a defesa de regimes como os de Cuba e Venezuela. Enquanto três dos quatro postulantes adotaram um discurso mais radical, defendendo posições “anti-imperialistas” e “anticapitalistas”, o favorito à sucessão optou por uma abordagem focada na mobilização da base e na renovação geracional do partido. A gestão atual também foi alvo de críticas, com comparações ao segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
Os candidatos divergiram sobre a centralidade do tema do socialismo na campanha. Um dos postulantes argumentou que o PT não pode fugir do debate, sob risco de perder sua identidade, enquanto outro minimizou a discussão teórica, defendendo uma atuação mais prática junto à classe trabalhadora. A polarização reflete tensões internas no partido, que busca se reposicionar diante de desafios políticos e da queda de popularidade do governo federal.
Além da política externa, o debate abordou a necessidade de o PT assumir um papel mais ativo em temas como segurança pública, evitando, segundo um dos candidatos, ignorar o impacto da violência urbana nas periferias. A sucessão no partido ocorre em um momento de crise interna e pressões por renovação, com disputas entre correntes mais tradicionais e propostas de mudança na estratégia política.