O debate entre os candidatos à presidência do PT, realizado nesta segunda-feira, foi marcado pela defesa dos regimes de Cuba e Venezuela e por divergências sobre a radicalização à esquerda. Enquanto três dos quatro postulantes enfatizaram discursos anticapitalistas e anti-imperialistas, o favorito Edinho Silva evitou centralizar o socialismo em sua campanha, defendendo uma transição geracional e maior conexão com as bases. O evento ocorre em meio a crises no governo Lula, como as polêmicas do IOF e dos descontos do INSS.
Valter Pomar, um dos candidatos, criticou a gestão atual, comparando-a ao segundo mandato de Dilma Rousseff, e afirmou que o PT corre risco de perder identidade se não priorizar o debate sobre socialismo. Já Edinho rebateu, argumentando que a construção de força política deve ocorrer na base, com foco em questões práticas como segurança pública e exclusão social. Romênio Pereira e Rui Falcão também defenderam posições mais radicais, enfatizando a solidariedade a governos de esquerda na América Latina.
O debate evidenciou as divisões internas no PT, entre uma ala mais ideológica e outra que busca aproximação com temas do cotidiano. Enquanto Pomar alertou para possíveis instabilidades no governo Lula, Edinho defendeu uma estratégia de mobilização popular, distanciando-se de discursos teóricos. A disputa pela presidência do partido reflete os desafios do petismo em conciliar sua base histórica com a necessidade de ampliar apoio eleitoral para 2026.