A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu, por unanimidade, suspender a assembleia geral extraordinária (AGE) da BRF, marcada para 18 de junho, que votaria a proposta de fusão com a Marfrig. A decisão atende a pedidos de acionistas minoritários e foi justificada pela falta de transparência nas informações disponibilizadas ao mercado, especialmente em relação aos critérios da troca de ações. Às 11h35, as ações da Marfrig (MRFG3) caíam 4,44%, enquanto as da BRF (BRFS3) recuavam 3,41%.
A AGE ficará suspensa por 21 dias a partir da divulgação das informações exigidas pela CVM, que incluem dados detalhados sobre a proposta de troca de ações. O órgão ressaltou que não está julgando os méritos econômicos da operação, mas busca garantir que os acionistas tenham acesso a informações completas para uma decisão consciente. O Bradesco BBI avalia que os termos da transação dificilmente serão alterados, mas, se houver revisão, deve beneficiar ligeiramente a BRF.
Analistas da Genial Investimentos veem a suspensão como um revés no cronograma da fusão, aumentando a incerteza e o risco de judicialização. A corretora destacou que a medida reforça o escrutínio regulatório sobre operações societárias e pode impactar a percepção de governança. A relação de troca original, de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF, já havia gerado insatisfação entre minoritários, que podem pressionar por ajustes.