O Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou o julgamento de Romes Gonçalves Ribeiro, ex-membro do Conselho de Administração do Banco de Brasília (BRB), acusado de conflito de interesses e omissão de informações ao assumir cargo na Wiz Soluções e Corretagem de Seguros, empresa parceira do banco. O processo administrativo foi aberto em novembro de 2023 após notificação do BRB, que apontou possível irregularidade na contratação de Ribeiro pela Wiz em 2020, sem a devida comunicação ao banco.
Durante o julgamento, formou-se maioria para absolver Ribeiro das acusações relacionadas à elegibilidade para cargos administrativos, com votos do presidente João Pedro Nascimento e dos diretores João Accioly e Marina Copola. No entanto, o diretor Otto Lobo pediu vista, interrompendo a sessão. A área técnica da CVM destacou que Ribeiro não informou seu vínculo com a Wiz em formulários do BRB, embora a defesa alegasse que ele não tinha papel estratégico na empresa e que não havia concorrência direta entre as instituições.
João Pedro Nascimento votou por advertência a Ribeiro por infração ao artigo 153 da Lei das S.A., que trata de cuidado e diligência, considerando a conduta de baixo potencial lesivo. Já Accioly defendeu a absolvição total, argumentando que eventuais inconsistências nos formulários eram irrelevantes diante da postura do executivo em se abster de deliberações envolvendo a Wiz. A defesa de Ribeiro classificou a denúncia como retaliação por seu ‘ativismo crítico’ no Conselho do BRB.