O setor médico-hospitalar brasileiro enfrentou um cenário de forte pressão financeira em 2024, com custos operacionais subindo significativamente acima da inflação, que ficou em 3,9% no período. De acordo com o Boletim Informativo Planisa (BIP), os medicamentos lideraram os aumentos, com alta de 16,9%, enquanto materiais hospitalares tiveram reajuste de 14,2%. Serviços como centros cirúrgicos e pronto-socorro também registraram elevações expressivas, impulsionadas por custos com pessoal e insumos, mesmo com quedas na ocupação de salas e no volume de atendimentos.
Internações e serviços de diagnóstico acompanharam a tendência de encarecimento. Unidades adultas não críticas tiveram aumento de 10,4% no custo médio, enquanto UTIs adultas registraram alta mais moderada (3,3%). Exames de raios-x ficaram 22% mais caros, refletindo custos gerais e com pessoal. Serviços de apoio, como lavanderia e alimentação hospitalar, também apresentaram aumentos relevantes, com terceirizações chegando a altas de 33% em materiais.
Especialistas alertam para a necessidade de medidas urgentes, como renegociação de contratos e adoção de ferramentas analíticas para monitorar custos em tempo real. A combinação de reajustes salariais, pressão inflacionária e efeitos residuais da pandemia tem reduzido a eficiência operacional, exigindo maior eficiência na gestão hospitalar. A sustentabilidade do sistema dependerá da capacidade de adaptação a um cenário econômico e regulatório em constante transformação.