A 51ª Cúpula do G7 foi encerrada na terça-feira (17.jun.2025) sem a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deixou o evento um dia antes devido à escalada do conflito entre Israel e Irã. A ausência do líder norte-americano, considerado central para as negociações comerciais, resultou no adiamento de acordos bilaterais com Japão, União Europeia e Canadá. Segundo Vito Villar, especialista em Comércio Internacional da BMJ Consultores Associados, o G7 já enfrenta um processo de enfraquecimento, e a saída de Trump “cortou pela metade as conversas” neste ano.
Villar destacou que o G7 tem perdido relevância frente ao G20, um fórum mais amplo e diversificado. Ele também afirmou que o grupo foi “cooptado” nos últimos anos pela discussão sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, sem que as decisões trouxessem consequências práticas para o conflito. O especialista ainda descartou a hipótese de que a presença do presidente russo, Vladimir Putin, no grupo poderia ter evitado a guerra, embora reconheça que isso melhoraria o diálogo.
Outros temas, como transição energética, também ficaram em segundo plano devido à saída antecipada de Trump. O presidente dos EUA havia anunciado tarifas comerciais sobre seus parceiros econômicos em abril, e sua participação era crucial para avançar nas negociações. Villar avalia que a saída de Trump indica que os acordos propostos estavam aquém do esperado pela Casa Branca. A trégua de 90 dias para a aplicação das tarifas vence em 9 de julho, e o adiamento das discussões pode levar a um novo prazo.