Os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) iniciaram nesta terça-feira (24) uma cúpula de dois dias em Haia, na Holanda, que promete ser um marco nas discussões sobre o orçamento de defesa. Com 32 países membros presentes, a conferência se concentra na meta ambiciosa de cada nação destinar 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) para a segurança. No entanto, a Espanha já expressou que considera a meta “irracional” e a Eslováquia declarou que precisa de mais tempo para se adaptar, projetando um prazo até 2035. Este cenário configura um potencial para novos compromissos ou para acentuar divisões internas na aliança, enquanto o foco se volta também para a situação na Ucrânia.
A meta de 5% do PIB para a defesa visa fortalecer a capacidade da Otan de responder a ameaças externas, mas levanta questionamentos sobre sua viabilidade e equidade entre os países membros. Historicamente, a aliança tem enfrentado desafios para alinhar os interesses e capacidades econômicas diversas de seus membros, e esta cúpula não é exceção. Nações como Reino Unido, França e Alemanha já assumiram compromisso com a meta, enquanto países mais vulneráveis próximas às fronteiras da Ucrânia, Rússia e Belarus também se mostraram dispostos. Especialistas alertam que o recente envolvimento dos Estados Unidos no Oriente Médio, com um inesperado cessar-fogo entre Israel e Irã, pode desviar a atenção da crise ucraniana, antes uma prioridade na agenda da Otan.
O futuro da Otan pode ser significativamente afetado pelas decisões tomadas nesta cúpula, especialmente em um cenário global cada vez mais volátil. As discussões em Haia podem estabelecer um novo padrão de gastos militares que influenciará políticas de defesa por décadas. Além disso, a presença do presidente dos EUA, Donald Trump, em sua primeira aparição na aliança após retornar à Casa Branca, adiciona uma camada de complexidade às negociações. A Otan enfrenta o desafio de equilibrar suas prioridades entre a estabilidade no Oriente Médio e o apoio contínuo à Ucrânia, temas que certamente terão desdobramentos nos próximos anos. Este momento crítico exige uma reflexão cuidadosa sobre a direção futura da segurança global e o papel da Otan neste cenário.