Um editorial do jornal *O Estado de S. Paulo* criticou a postura do governo federal, acusando-o de utilizar obras públicas no Nordeste como estratégia eleitoral e adotar uma linguagem com tom messiânico. O texto, que faz referência implícita a um “profeta de araque”, questiona discursos que associam ações governamentais a uma narrativa quase religiosa, sugerindo que o objetivo seria fortalecer a imagem política perante eleitores vulneráveis. Como exemplo, foram citadas declarações durante inaugurações da transposição do Rio São Francisco, nas quais a obra foi apresentada com um caráter divino.
O editorial também destacou que o governo estaria priorizando eventos de campanha em detrimento de uma gestão eficiente, caracterizando a abordagem como um “populismo adornado de referências religiosas”. A crítica surge em um contexto de aumento na desaprovação governamental, com a corrupção sendo apontada como um dos principais problemas do país. Além disso, o texto mencionou a insistência em promessas como crédito facilitado e benefícios sociais, vistas como parte de uma estratégia para consolidar apoio político.
Apesar de reconhecer iniciativas meritórias, o editorial concluiu que o governo estaria cobrando um “preço alto” em forma de demagogia e ineficiência. A análise reflete preocupações sobre o equilíbrio entre retórica e resultados concretos, especialmente em um momento de crescente insatisfação popular. O tom adotado pelo jornal busca alertar para os riscos de priorizar a narrativa em detrimento da gestão técnica e transparente.