Em meio à tensão causada pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um gesto público de aproximação ao presidente da Câmara, Hugo Motta, durante um discurso no Congresso do PSB. Lula elogiou a postura do parlamentar, chamando-o de “novidade na política brasileira” e destacando que sua eleição representa um momento positivo após um período de desafios. O presidente também afirmou que a esquerda tratará Motta com respeito, independentemente de diferenças partidárias, reforçando a importância do diálogo entre os Poderes.
Nos últimos dias, Motta havia criticado a decisão do governo de elevar o IOF e exigiu que a equipe econômica apresentasse alternativas em dez dias, sob risco de pautar projetos para sustar os efeitos do decreto. Apesar das divergências, o presidente da Câmara respondeu com um discurso conciliador, enaltecendo Lula como exemplo de “resiliência e coragem” e defendendo o diálogo como caminho para construir um “Brasil melhor”. O tom cordial entre ambos sugere uma tentativa de alinhamento, mesmo em meio a pressões políticas.
O governo já havia recuado parcialmente nas mudanças do IOF após críticas, mas manteve a maior parte do aumento das alíquotas. A troca de elogios entre Lula e Motta indica uma estratégia para amenizar atritos e buscar consenso, com o presidente destacando a necessidade de decisões tomadas “na construção da maioria”. O episódio revela os desafios de governabilidade em um cenário de disputas fiscais, mas também a disposição de ambas as partes em negociar.
