A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, anunciou nesta segunda-feira (23) os próximos passos da investigação sobre supostas irregularidades no serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus. Entre as medidas definidas estão uma audiência pública marcada para quarta-feira (25), das 13h às 17h, na Câmara Municipal, além de fiscalizações surpresa em empresas e órgãos ligados ao transporte. Os vereadores Junior Coringa (MDB), Dr. Lívio (União Brasil) e Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), detalharam o cronograma de ações, que inclui novos requerimentos e oitivas. A audiência será aberta ao público e transmitida ao vivo na Praça Ary Coelho, no centro da capital sul-mato-grossense.
As investigações da CPI têm como foco central a qualidade e a transparência da gestão do Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do transporte coletivo urbano em Campo Grande. Reclamações recorrentes dos usuários, como superlotação, atrasos e má conservação dos veículos, motivaram a criação da comissão. Segundo os vereadores, foram solicitadas informações detalhadas à Agência Municipal de Regulação, como a lista de auditores concursados e relatórios técnicos recentes. As fiscalizações surpresa visam verificar in loco as condições dos ônibus e a adequação do serviço à legislação vigente. A expectativa é que, com essas ações, a CPI possa reunir elementos concretos para responsabilizar eventuais infratores e propor melhorias estruturais no sistema.
Embora a mobilização represente um avanço no enfrentamento das falhas do transporte público da cidade, os parlamentares alertam que os efeitos práticos ainda levarão tempo para serem sentidos pela população. Especialistas ouvidos pela comissão ressaltam que mudanças duradouras dependem de reformas contratuais, investimentos em infraestrutura e maior fiscalização contínua. A CPI deve entregar um relatório preliminar nos próximos meses, que poderá influenciar decisões do Executivo e do Ministério Público. O caso também acende o debate sobre a necessidade de novos modelos de concessão e participação popular na gestão do transporte urbano, tema recorrente em capitais brasileiras que enfrentam desafios semelhantes.