Com a Selic em 14,75% ao ano e sem perspectivas de queda no curto prazo, o consórcio surge como opção mais acessível que financiamentos tradicionais, especialmente para compras de alto valor e longo prazo. A modalidade substitui juros por uma taxa administrativa, que varia conforme o bem: imóveis têm média de 23% sobre o valor da carta de crédito, enquanto veículos leves e pesados apresentam taxas de 20% e 15%, respectivamente, segundo Márcio Massani, diretor da Âncora Consórcios.
Além de consumidores das classes C e D, o consórcio tem atraído público de alta renda como ferramenta de planejamento financeiro, permitindo aquisições sem comprometer investimentos rentáveis ou fluxo de caixa. Outra vantagem é a isenção de IOF, que reduz o Custo Efetivo Total (CET) no médio e longo prazo. Empresas também utilizam a modalidade para adquirir ativos como veículos e máquinas, preservando capital de giro.
A modalidade vai além de imóveis e veículos, podendo ser usada para aquisição de aviões, embarcações, equipamentos eletrônicos e até custeio de eventos ou tratamentos médicos, conforme explica Caio Souza, da XP. Diferentemente da visão antiga como ‘poupança forçada’, o consórcio hoje é encarado como instrumento estratégico de planejamento financeiro, combinando disciplina de pagamento com preservação de liquidez.