O conservador Karol Nawrocki foi eleito presidente da Polônia após um segundo turno marcado por polarização e alta participação popular. Com 50,89% dos votos, ele superou o prefeito liberal de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, que obteve 49,11%. A disputa foi tão equilibrada que, no dia anterior, pesquisas de boca de urna chegaram a indicar uma leve vantagem para o candidato liberal, que chegou a declarar vitória prematuramente.
Nawrocki, historiador e ex-diretor de um instituto nacional de memória, conduziu uma campanha focada em políticas nacionalistas, prometendo priorizar os interesses dos poloneses em detrimento de estrangeiros, incluindo refugiados ucranianos. Seu discurso recebeu apoio significativo da extrema-direita, especialmente de um candidato eliminado no primeiro turno, cujas demandas conservadoras foram integralmente aceitas por Nawrocki. O resultado reflete o crescimento da direita populista no país, com estratégias de campanha cada vez mais voltadas para as redes sociais.
A vitória consolida uma tendência nacionalista na Polônia, com possíveis impactos nas relações com a União Europeia e no posicionamento do país em relação à guerra na Ucrânia. O atual presidente, Andrzej Duda, também conservador, celebrou o recorde de comparecimento nas urnas (71,31%) e parabenizou o vencedor. A eleição reforça a divisão política no país e sinaliza um futuro de maior tensão entre forças progressistas e conservadoras.