O governo federal enfrentou uma nova sequência de derrotas no Congresso Nacional nesta terça-feira (17), um dia após a Câmara aprovar a urgência para votar a suspensão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante sessão conjunta para análise de vetos presidenciais, parlamentares rejeitaram medidas do Executivo em áreas como energia, política social e tributação. Ao final, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), leu o requerimento para criação da CPI do INSS, abrindo caminho para a instalação da comissão.
Entre os vetos derrubados estão a pensão vitalícia para crianças com síndrome congênita do vírus da Zika, a taxação de fundos de investimento e dispositivos que dificultavam o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). A derrubada de vetos no setor elétrico pode impactar futuramente as contas de luz, enquanto ruralistas celebraram a flexibilização de regras para bioinsumos. Líderes governistas circularam pelo plenário em tentativa de negociar, e há promessas de liberação de R$ 2 bilhões em emendas parlamentares até o fim do mês.
A crise política se agrava com a proximidade das eleições de 2026 e a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Líderes do Centrão avaliam que as derrotas recentes evidenciam a fragilidade do governo, que precisará priorizar pautas do Legislativo para recompor sua base. A aprovação esmagadora da urgência sobre o IOF na véspera, com apoio até de partidos da base, foi interpretada como um recado ao Planalto, aumentando a pressão por uma resposta efetiva à crise institucional.