O Congresso Nacional derrubou os vetos do presidente Lula a dispositivos de uma lei que regula investimentos em energia eólica offshore. Segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), a medida pode aumentar a conta de luz em R$ 197 bilhões até 2050. O governo tentou manter o veto a um artigo que permitiria a contratação de usinas a gás com 70% de inflexibilidade, o que elevaria custos em até R$ 306 bilhões.
Entre os vetos revogados está a autorização para contratação de 3.000 MW de pequenas hidrelétricas (PCHs), que, segundo o governo, elevariam tarifas. A derrubada do veto que permitia a contratação de 250 MW de energia de hidrogênio líquido produzido com etanol no Nordeste pode custar R$ 28 bilhões a mais. Também foram eliminados vetos que impediam a prorrogação do Proinfa, com custo estimado em R$ 24 bilhões.
A questão mais controversa, sobre contratação de termelétricas, foi adiada. A proposta original, que incluía a privatização da Eletrobras, foi alterada para incluir usinas a gás e outras fontes, o que pode aumentar emissões de CO2 e afetar a renovabilidade da matriz elétrica brasileira. O impacto total na conta de luz inclui R$ 140 bilhões (PCHs), R$ 28 bilhões (hidrogênio), R$ 24 bilhões (Proinfa) e R$ 5 bilhões (eólicas no Sul).