Jerusalém — O conflito entre Israel e Irã, que se intensificou na sexta-feira (13), mostra sinais de prolongamento, com ambos os lados ampliando o alcance dos ataques e elevando o número de vítimas. Diferente dos confrontos anteriores, que duravam horas, desta vez a disputa pode se estender por semanas, sem indicações de caminhos para reduzir as hostilidades. Israel busca destruir o programa nuclear iraniano, enquanto o Irã resiste em abandonar o enriquecimento de urânio, processo essencial para a produção de armas atômicas.
Especialistas apontam que Israel não possui capacidade conhecida para destruir instalações nucleares subterrâneas do Irã, como o centro de Fordo, enterrado sob montanhas. Apesar disso, autoridades israelenses esperam que ataques a alvos estratégicos — como líderes militares e cientistas nucleares — pressionem Teerã a encerrar voluntariamente suas atividades. No entanto, analistas como Sanam Vakil, do Chatham House, afirmam que o Irã não demonstra sinais de rendição, mantendo controle sobre seu território e estoques de mísseis.
O papel dos Estados Unidos no conflito também é crucial. Enquanto Israel carece de armas para atingir alvos subterrâneos profundos, os EUA possuem munições capazes de destruí-los. Analistas sugerem que o presidente Donald Trump pode intervir se o Irã acelerar seu programa nuclear, mas sua preferência atual parece ser usar os avanços israelenses como alavanca para retomar negociações. A história indica que o Irã já fez concessões inesperadas no passado, como no fim da guerra com o Iraque, mas um acordo pode levar tempo — como os oito anos necessários para encerrar aquele conflito.