O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã há 36 anos, enfrenta seu maior desafio com o conflito aberto contra Israel, que ameaça tanto o sistema político iraniano quanto sua segurança pessoal. Aos 86 anos, Khamenei já delegou parte do controle diário do regime a facções internas, enquanto a questão da sucessão ganha relevância. Analistas apontam que a guerra acelerou um processo de transição de poder já em curso.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não descartou ações contra Khamenei, comparando-o a Hitler e afirmando que sua morte poderia encerrar o conflito. Khamenei, que sobreviveu a um atentado em 1981, mantém-se isolado e protegido por um rigoroso esquema de segurança. Enquanto isso, Israel intensificou ataques a alvos iranianos, incluindo instalações nucleares e militares, alegando impedir o desenvolvimento de armas atômicas.
Especialistas avaliam que Khamenei cometeu um erro estratégico ao permitir que o conflito chegasse às fronteiras do Irã, enfraquecendo sua posição. Apesar da insatisfação popular com o regime, não há sinais de protestos massivos ou consenso na oposição para uma mudança de governo. A sucessão de Khamenei pode redefinir o equilíbrio de poder no Irã, com a Guarda Revolucionária como principal candidata a assumir o controle, potencialmente reduzindo o autoritarismo teocrático, mas mantendo a repressão a dissidentes.