O comediante Léo Lins, 42 anos, foi condenado pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo a 8 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado por crimes de discriminação e discurso de ódio. A sentença, divulgada na terça-feira (3 de junho de 2025), também inclui multa de 1.170 salários mínimos e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A condenação está relacionada a um vídeo de stand-up comedy intitulado “Perturbador”, publicado em 2022, que continha declarações contra diversos grupos sociais, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A defesa do humorista já anunciou que recorrerá da decisão, e Lins responderá em liberdade enquanto aguarda o julgamento do recurso. A sentença destacou que três fatores agravaram a pena: a disponibilização do vídeo online, o número de grupos sociais atingidos e o contexto de “descontração, diversão ou recreação”. O tribunal entendeu que as apresentações de Lins estimulavam a violência verbal e a intolerância.
A condenação gerou reações de outros comediantes, como Antonio Tabet, Danilo Gentili e Marcelo Tas, que criticaram a decisão como censura. Léo Lins se manifestou indiretamente em suas redes sociais, postando uma imagem da deusa Têmis com a legenda: “Ironia ou Realidade? Arte ou Crime?”. O processo teve início na Justiça de São Paulo, mas foi transferido para a esfera federal em 2024.